janeiro 25, 2007

71



















As caixas de papel guardam segredos
Pelo menos, aprendi assim com as solteironas
Uma após outra, todas tinham a sua
Variando modelos, formas diferentes
Mas gêmeas no cuidado, no guardar.
Uma, entre todas porém, me é merecedora e próxima
Era de uma tia qualquer, igual a todas
Mas tinha a mais uma mancha violeta.
Nem mais nem menos
Só que cheirava, e era bom, e como
Só de pensar... só de ...
Eriçam-se-me umas lembracinhas tolas
E quase escandalosas
Dessas, de solteirona
Daquela manchinha violeta que cheirava.



in O Lamento de Píndaro; Pimentel, Cid – Hucitec – São Paulo, 1987

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