novembro 14, 2008

Havaianas no caixote


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O Bazul não voltou naquela noite.

Nem na outra nem na outra.

E a Red continuou sumida.

Aos poucos as crianças começaram a se conformar com a idéia de que tinham perdido a gatinha.

Foram retomando a vida normal. Chegavam de manhã, brincavam, brincavam, brincavam, depois iam embora.

De vez em quando olhavam para o telhadinho ou para o caixotinho vazio e suspiravam, mas já que não tinha remédio, remediado estava.

A Fada parecia toda contente. Ria à toa, esfregando as mãos. O artefato já produzia plutônio de novo, como descobriu a Borbonhoca, que volta e meia ia espiar o lustre ou xeretar na tenda. Além disso, Fadim tinha vendido um terreno e meio em Netuno pro Raposo. E como o Raposo tinha sido o primeiro cliente, ela acabou concordando em deixá-lo usar o skate meia hora por dia.

O Raposo lamentava a falta da gata vermelha. Mas como ela não aparecia, tratou de aprender a esquetear sozinho. Conseguiu. Aí ele também começou a esquecer a vermelha.

Só uma criança não esquecia. A Lili.


in As Travessuras da Red Cat; Mercadante, Lizete – Guinigui Editores – São Paulo, 1998
Ilustração: L. C. Cruvinel

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