O que significa quando uma cápsula no café da manhã torna extrovertida uma pessoa tímida? Pode a resposta a uma droga nos dizer o que é caráter e o que é acidente biológico? Será coincidência que, no momento em que a sociedade americana queria as mulheres dentro de casa, a droga preferida era o Valium, e agora que valoriza a agressividade, seja o Prozac? Estaremos entrando na era da farmacologia cosmética quando podemos tomar uma droga para 'melhorar' nossa personalidade? E o que é o eu?
Ouvindo o Prozac, do psiquiatra Peter D. Kramer, é uma verdadeira revolução na ciência do eu. Um estudo sério e profundo, em que este admirável professor de psiquiatria na Brown University pretende explorar as implicações de drogas que modificam o humor e o temperamento. Examinando evidências de uma série de disciplinas afins, como biologia celular, etologia animal, ética e literatura médicas e, sobretudo, as histórias de seus próprios pacientes, o Dr. Kramer penetra profundamente na medicina biológica do futuro. Depois de mais de quatro milhões e meio de americanos terem consumido Prozac desde que foi lançado em 1987 e, no Brasil, o resultado deste antidepressivo ter sido o mesmo, ou seja, muitos pacientes se tornaram mais confiantes, populares, mentalmente ágeis e emocionalmente equilibrados, a pergunta para muitos ainda continua no ar: o que é realmente o Prozac? B como funciona no organismo humano?
Ao ler este livro informativo, o leitor estará diante de uma fascinante visão da biologia e da psicologia do estado de humor e também de uma rica reflexão filosófica sobre a natureza humana. Sem dúvida, Ouvindo o Prozac é uma contribuição importante para a psiquiatria do final do século XX e um tocante, provocante e eloqüente relato sobre nós mesmos.
in Ouvindo o Prozac; Kramer, Peter D. – Record – Rio de Janeiro, 1995
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