ícone (icônico, iconicidade) Uma propriedade proposta para alguns SISTEMAS SEMIÓTICOS, com exceção da LÍNGUA, para indicar os sinais cuja FORMA física corresponde bastante a características das entidades a que se referem. Acontece normalmente com a comunicação animal, pois um grito que exprime medo só se dá em um contexto que provoque medo. Na língua, apenas um número limitado de ITENS possuem tais propriedades diretamente simbólicas ("icônicas"), sendo exemplos as expressões onomatopaicas: tique-taque, cuco, etc. Ver Lyons 1977b: Caps. 3, 4.
ideacional Termo ocasionalmente usado na SEMÂNTICA como parte de uma classificação de tipos de SIGNIFICAÇÃO. Refere-se ao aspecto da significação que se associa ao conhecimento COGNITIVO que o falante tem do mundo exterior ou (em uma definição behaviorista) aos acontecimentos objetivamente observáveis do mundo exterior, conforme reefletidos na LÍNGUA. Esta função da língua — exprimir o CONTEÚDO — geralmente se opõe às significações INTERPESSOAL (ou social), EXPRESSIVA e TEXTUAL. OS termos "conceitual" e COGNITIVO têm sentido semelhante. Ver Lyons 1977b: Cap. 2.
idealização (ideal) Termo usado na LINGÜÍSTICA com referência ao grau de desconhecimento do lingüista a respeito de certos aspectos da variabilidade de seus DADOS (enquanto matéria-prima), a fim de chegar a uma análise que seja aplicável de forma a mais GERAL possível. A "idealização" é uma suposição importante da lingüística GERATIVA, pois está por trás da noção de COMPETÊNCIA. Nesta visão, uma das principais finalidades da lingüística é descrever a LÍNGUA de um falante-ouvinte "ideal", em uma comunidade de FALA ideal (homogênea), que conheça sua língua perfeitamente e não seja afetado por limitações de memória, distrações, erros, etc. ao usar a língua. Ainda que seja inevitável um certo grau de idealização, há freqüentes controvérsias quanto àquilo que deve ser descartado ao se realizar uma análise, quando se pretende obter afirmações gerais. Ver Lyons 1968. Cap. 4.
idiofone Termo usado por alguns LINGÜISTAS para indicar um som da fala identificável com um único IDIOLETO. Ver Bolinger e Sears 1981: Cap. 9.
idioleto Termo usado na LINGÜÍSTICA para caracterizar o SISTEMA lingüístico de um falante individual — seu DIALETO pessoal. Pode-se ver o dialeto como uma abstração derivada da análise de um grande número de idioletos. Alguns lingüistas limitam o uso do termo aos hábitos de fala de uma pessoa, conforme aparecem em uma determinada VARIANTE em um determinado momento. Ver Robins 1980: Cap. 2; Trudgill 1984: Cap. 1.
idioma Variação de LÍNGUA, no sentido de um SISTEMA LINGÜÍSTICO usado por uma determinada comunidade de FALA. Ver Robins 1980: Cap. 1; Bolinger e Sears 1981: Cap. 1.
in Dicionário de Lingüística e Fonética; Crystal, David – Jorge Zahar Editor – Rio de Janeiro, 1988
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