A linguagem das luvas, que é muito corrente em Paris, crê-se, alli, que foi gerada na Inglaterra, onde as moças da classe nobre a empregam para se entenderem com seus pretendentes.
Esta linguagem, na opinião dos seus partidarios, é muito mais expressiva do que a do leque. Suas principaes phrases são as seguintes:
Para dizer sim deixa-se cahir uma luva e para dizer não enrola-se ambas na mão direita. Para indicar que se deseja ser seguida, bate-se ligeiramente no hombro esquerdo com as duas luvas e se se deseja exprimir o contrario ou indicar que a pessoa que segue é indiferente, descalça-se parcialmente a luva da mão esquerda. Já não o quero exprime-se batendo de leve com as duas luvas no queixo e não o supporto diz-se voltando-as pelo avesso.
Passar a mão pelas luvas como para alisal-as, quer dizer: Desejo estar perto do senhor e deixar cahir no chão as duas luvas, equivale a declarar: Amo-o.
Quando um pretendente deseja saber se é pessôa grata, pergunta-o calçando a luva da mão esquerda, mas deixando de fóra o dedo pollegar. Para exprimir: Tenha cuidado que nos observam, enrolam-se as luvas em torno dos dedos; e para demonstrar contrariedade, bate-se numa das mãos com as luvas, mais ou menos depressa, conforme o gráu de contrariedade; mas procurando não chamar a attenção.
in Almanach Eu Sei Tudo; 13º ano – Cia. Editora Americana – Rio de Janeiro, 1933
Imagem: Degas, Edgar – Singer with a Glove – Pastel and liquid medium on canvas, 52.8 x 41.1 cm; Fogg Art Museum, Harvard University, Cambridge, MA
Um comentário:
quem que é o gay, nêste blog?
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