maio 24, 2019

Similis simili gaudet

O símbolo da medicina é representado pelo bastão de Esculápio ou Asclépio, que é considerado o deus da medicina e da cura na mitologia grega e está representado com uma única serpente enrolada em um bastão de madeira por duas voltas e meia.

A mitologia ligada ao bastão de Esculápio é bastante extensa. Uma das histórias tem origem no fato de que, na Grécia antiga, as serpentes eram consideradas benéficas para os pacientes e, por isso, tinham livre circulação pelos templos de Esculápio. Quando Roma foi atacada por uma peste, por volta de 293 a.C., os romanos foram buscar uma dessas cobras.

Uma vez que a epidemia regrediu, a população atribuiu ao animal o poder desse deus. Por isso, a serpente também é vista como uma representação do bem e do mal, do elo entre o mundo conhecido, ou seja, a superfície da Terra, e o desconhecido.

Outra lenda, relatada por Hesíodo, conta que Asclépio era filho de Apolo e Côronis. Diana, irmã e uma das mulheres de Apolo, em meio a uma crise de ciúmes, matou Côronis, então grávida de Apolo.

Já na pira funerária, Apolo arrancou do ventre de Diana o filho Esculápio e entregou a criança ao centauro Quíron, para que esse lhe ensinasse a arte de curar. Inteligente e habilidoso, o menino aprendeu rápido, e em pouco tempo superou o mestre.

Em uma de suas visitas a pacientes no templo, uma serpente enrolou-se rapidamente no seu cajado e, mesmo com todos os seus esforços para retirá-la, ela voltava ao mesmo local. Assim, Esculápio tornou-se deus da medicina e seu cajado com a serpente, um símbolo da atividade médica.

Dedicado, tornou-se tão bom no ofício de curar que ressuscitava até mesmo os mortos. Plutão, com medo de que o dom de Esculápio pudesse diminuir o número de almas que chegavam ao seu reino, foi queixar-se a Júpiter, que como forma de castigar Esculápio, eliminou-o com um raio.

Uma outra versão dá conta de que Esculápio foi morto pelas flechas do próprio pai, Apolo, razão pela qual elas são símbolo de morte súbita na medicina grega.

Além disso, devido a sua capacidade de trocar de pele, a cobra presente no símbolo da medicina representa a ideia de renascimento e cicatrização.

Por sua vez, o bastão traz consigo a ideia de autoridade e representa o poder divino a quem, apesar dos esforços e das habilidades dos profissionais da área médica, cabe a decisão final sobre a vida ou morte dos pacientes.

O desenvolvimento da simbologia relacionada ao bastão de Asclépio tem diversas origens, e certamente todas elas contribuíram de alguma maneira para a composição do significado.

A ofiolatria, ou culto às serpentes, era comum nas civilizações antigas. Em esculturas descobertas nas escavações arqueológicas da civilização greco-romana, Asclépio já pode ser observado segurando um bastão no qual está enrolada uma serpente.

Desde então, o símbolo vem sendo utilizado frequentemente em diversas representações ligadas à área médica. Desde 1919, a Associação Médica Americana utiliza o bastão de Esculápio como símbolo oficial. Fundada em 1948, a Organização Mundial de Saúde também usa o símbolo de Asclépio em sua bandeira.

Criada na capital de Cuba em 1956, a Associação Médica Mundial também adotou um modelo padrão do símbolo de Asclépio para a utilização dos médicos civis.

Além disso, as organizações médicas de caráter profissional e de âmbito nacional do Brasil, Canadá, China, África do Sul, Austrália, Costa Rica, Inglaterra, Itália, Nova Zelândia, França, Alemanha, Dinamarca, Portugal, Suécia e Taiwan também utilizam o bastão de Esculápio como símbolo da medicina.

Como você pode ver, por sua origem remota, é bastante simples de entender porque muitos profissionais da área médica não conhecem o significado do símbolo da medicina. No entanto, é importante estar atento para a utilização do emblema correto, uma vez que o caduceu de Mercúrio representa o comércio, profissão com a qual a atividade médica não deve ser confundida.

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