Denunciei, em estudo anterior, a qualidade de santo casamenteiro atribuída ao orixá, cujo grande dia se torna cada vez mais preferido para a união conjugal entre a população pobre. Aqui está um cântico em reforço da minha afirmativa:
Cosme e Damião,
sua casa cheira
a cravos e rosas
e a flor de laranjeira!
Outra particularidade interessante. Num cântico por mim citado nesse mesmo estudo anterior, o orixá nos convidava para ver, isto é, procurar
duas conchinhas
do Calunguinha
na beira do rio.
Noutro cântico, por mim colhido mais recentemente, o orixá se entrega, novamente, ao mesmo esporte:
Cosme e Damião,
Dôú e Alabá
foram catar conchinhas
na Mesa do Aroká.
Aqui, Mesa do Aroká significa a Mesa da mãe-d’água, vale dizer, o fundo do mar...
No candomblé da mãe-de-santo Calangro Verde, de Belmonte, discípula de Jubiabá, se canta, segundo o testemunho do poeta Sosigenes Costa, da seguinte maneira:
A mochila é de Neném (?),
A capanga é de Dôú.
Ai-ai-ai,
Dôú!
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