maio 01, 2007

Chu de China


Chu fez sua última aparição pública em janeiro de 1975, durante o IV Congresso Nacional Popular. Num discurso previamente aprovado por Mao, Chu informou aos delegados que a China iria implementar as "Quatro Modernizações", isto é, a "modernização da agricultura, da indústria, da defesa nacional e da ciência e tecnologia antes do final do século, a fim de que nossa economia fique entre as mais importantes do mundo".
Com a doença avançando, Chu teve de ser confinado a um leito de hospital, mas ainda recebia visitantes estrangeiros e redigia. Num raro gesto pessoal, Mao escreveu este poema ao companheiro que morria:

"Guardiões leais que tanto se sacrificaram por sua nação nunca temem o destino final.
Agora que o país se tornou vermelho, quem serão seus guardiões?
Nossa incompleta missão pode levar mil anos.
A luta nos cansa e nosso cabelo está grisalho.
Você e eu, velho amigo, podemos assistir passivamente à destruição de nossos esforços?"

Com a mulher ao seu lado, Chu En-Lai morreu às 9 horas e 57 minutos no dia 8 de janeiro de 1976, num hospital de Pequim, aos 78 anos. Não houve guarda de honra nem música no funeral de Chu. Espectadores silenciosos se colocaram ao longo das calçadas de Pequim, enquanto uma ambulância com seu caixão circulava pelas ruas. Atrás seguiam os carros trazendo sua esposa e outros velhos camaradas. O cortejo se dirigiu para as Colinas do Oeste, onde ficavam o crematório e o cemitério dos heróis revolucionários.



Os nacionalistas de Chang, fotografados aqui, travaram uma luta selvagem contra os comunistas de Chu, em Xangai, em 1927. Ambos os grupos queriam tirar o controle da cidade das mãos do senhor da guerra local que a governava.

in Chu En-Lai, Os grandes líderes; Hoobler, Dorothy e Thomas – Nova Cultural – São Paulo, 1988

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