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Da janela, Saint-Clare e Miss Ofélia viram Eva brincando com pai Tomás, sentado num banco do jardim, tendo ao redor do pescoço muitas flores.
A Miss Ofélia a cena não agradou. Era contra os maus tratos infligidos aos negros, mas deles não se aproximava por causa de instintiva repugnância.
Pai Tomás sentia-se satisfeito com os novos senhores. Estava bem instalado. Deram-lhe uma linda cabana para morar. Andava bem vestido. Trabalhava pouco, não porque evitasse o serviço, mas por causa de Eva, que não o abandonava. Sua felicidade seria completa se estivessem a seu lado Cloé e os filhos, os filhinhos... Quando neles pensava, o que era freqüente, os olhos umedeciam-se. A saudade... Negro também tem saudade e tem olhos para chorar...
Um dia Saint-Clare ao passar perto da cabana ouviu vozes. Prestou atenção. Era pai Tomás que, em voz um pouco alta, ajoelhado, rezava. Pedia a Deus por sua mulher, pelos filhos, pelo seu senhor, por Eva. Saint-Clare afastou-se impressionado e comovido.
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in A Cabana do Pai Tomás; Stowe, H. B. – Melhoramentos – São Paulo, 1952 — Ilustração de Parlagreco
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