maio 01, 2007
o Louco
Essa carta, o primeiro Arcano Maior, mostra um jovem corajoso, vestido apenas com peles de animal, executando uma espécie de acrobacia à beira de um precipício. Traz na cabeça uma coroa de folhas de parreira e da testa lhe saem dois pequenos chifres de cabrito. Seus olhos estão voltados para o romper do dia, a distância, onde o sol começa a despontar por entre as montanhas. A sua volta, apenas uma paisagem desolada e árida. A esquerda, oculta pelas sombras da noite que acaba de terminar, vê-se a entrada de uma caverna, de onde o rapaz acaba de sair. Em cima da entrada da gruta, surge um galho igualmente seco e desfolhado onde uma águia está pousada.
A águia é o pássaro de Zeus, rei dos deuses, que observa o Louco prestes a se lançar no desconhecido.
A caverna da qual ele acaba de sair representa o passado, algo sombrio e não identificado, a partir do qual a conscientização sobre a própria individualidade está prestes a tomar forma.
Os pequenos chifres na fronte, assim como as peles que o cobrem, sugerem que o rapaz pode ser comparado a um selvagem, conduzido apenas pelo instinto, ainda inconsciente e desprovido de saber.
in O Tarô Mitológico; Sharman-Burke, Juliet; Greene, Liz – Edições Siciliano – São Paulo, 1988 — Ilustração de Tricia Newell
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