...É possivel se concluir que neste Ensaio eu remoí lugares-comuns. Faz tempo que não me preocupo em ser novo. Todos os meus trabalhos jamais não foram vistos com visão exata porquê toda a gente se esforça em ver em mim um artista. Não sou. A minha obra desde "Paulicea Desvairada" é uma obra interessada, uma obra de ação. Certos problemas que discuto aqui me foram sugeridos por artistas que debatiam-se neles. Outros mais faceis entram pra que meu trabalho possa remediar um bocado a invalidez dos que principiam. E si o escrito não tiver valor nenhum sempre o livro se valorisa pelos documentos musicais que seguirão agora.
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I.
– Sambelelê está doente,
Está com a cabeça quebrada,
– Sambelelê precisava
É dumas boas lambadas
(refrão)
Pisa, pisa, pisa mulata
Pisa na barra da saia mulata!
II.
– Ôh, mulata bonita,
Como é que se namora?
– Põe-se o lencinho no bolso,
Com as pontinhas de fora.
– Sambelelê está doente,
Está com a cabeça quebrada,
– Sambelelê precisava
É dumas boas lambadas
(refrão)
Pisa, pisa, pisa mulata
Pisa na barra da saia mulata!
II.
– Ôh, mulata bonita,
Como é que se namora?
– Põe-se o lencinho no bolso,
Com as pontinhas de fora.
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III.
– Ôh, mulata bonita,
Onde é que voce mora?
– Moro na praia Formosa,
E daqui vou-me embora!
– Ôh, mulata bonita,
Onde é que voce mora?
– Moro na praia Formosa,
E daqui vou-me embora!
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in Ensaio sôbre a música brasileira; Andrade, Mário de – Martins – São Paulo, 1962
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