março 16, 2007

Sinopse


.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Origem da língua portuguesa

1 — Povos de civilização pré-romana na Península Ibérica:
Iberos, celtas, fenícios, gregos, cartagineses.

2 — Romanização da Península Ibérica:
Inicia-se no séc. III a. C.

Propósito da ida dos romanos para a Península Ibérica:

a) Atender diretamente ao pedido de socorro da cidade de Sagunto, cercada em 219 a. C. por Aníbal, general cartaginês.
b) Sustar a expansão de Cartago, que representava séria ameaça aos romanos no mundo mediterrâneo. Ações dos romanos para impor sua civilização e sua língua :
1°) Abriram escolas.
2º) Organização do serviço militar obrigatório e obrigatoriedade do uso do LATIM. Outras benfeitorias: construção de estradas, de templos, de praças; organização do comércio e do correio etc.

3 — Povos de civilização pós-romana na Península Ibérica:

a) Bárbaros Germânicos (alanos, suevos, visigodos, vândalos) (séc. V. d. C.).
Ações dos bárbaros pelas quais êles causaram a dialetação do Latim Vulgar na Península Ibérica:
1º) Causaram a dissolução da unidade política do império.
2º) Fecharam as escolas.
3º) Extinguiram a nobreza romana na Península Ibérica.

b) Árabes (séc. VIII d. C.).
Foram definitivamente expulsos apenas em 1492. Afonso VI, rei de Leão e Castela, inicia as lutas para a expulsão dos mouros da Península Ibérica.
O Conde D. Henrique de Borgonha, como recompensa pelas lutas a favor do rei, recebe em casamento sua filha bastarda, D. Tareja, e como dote de casamento recebe o Condado Portucalense.
Afonso Henriques, filho dêsse casal, estende os limites do território mais para o Sul e em 1140 faz a sua independência em relação à Espanha proclamando-se o 1º rei de Portugal.
A língua que se falava nessa região era o dialeto Galeziano, o qual após a fundação de Portugal passou a ser chamado GALAICO PORTUGUÊS, expressão lingüística comum à Galiza e Portugal. É nessa língua que foi escrito o primeiro documento da nossa literatura a “Cantiga da Ribeirinha”.

CANTIGA DA RIBEIRINHA (ou da Guarvaya)

Autor: Paio Soares de Taveirós
Data: 1189, segundo a Dra. Carolina Michaelis de Vasconcelos.
Dedicação: A D. Maria Pais Ribeiro, por alcunha "A Ribeirinha", amante de D. Sancho I.

No mundo non me sei parelha(1),
mentre(2) me for'como me vay
ca(3) já moiro por vos — e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya(4)
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea!(5)
E, mia senhor, des aquel di' ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha(6)
d'aver eu por vos guarvaya(7)
pois eu, mia senhor, d'alfaya
nunca de vos ouve nem ei
valia d'ua correa.

(Cancioneiro da Ajuda)

(1) parelha = igual, semelhante.
(2) mentre = enquanto, entrementes.
(3) ca = pois, porque.
(4) retraya = retrate, evoque.
(5) que vus enton non vi fea: o autor usou uma litote = que
então vos vi linda.
(6) semelha = parece.
(7) guarvaya = manto escarlate próprio dos reis.


in Gramática Histórica; Dolores Garcia Carvalho e Manoel Nascimento – Ática – 1971

Nenhum comentário: