fevereiro 03, 2007

Sete


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o que comprime e quebra
não é a morte sabida e óbvia
mas este espaço cada vez mais amplo
a exigir vazios ..a fazer-se lâmina
a deitar raizes nas entranhas

o que envolve e sufoca
não é a vida inevitável e plena
mas este contorno duro e agudo
a exigir distância ..a criar fronteiras
entre meu gesto e tua recusa
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in Anjos clandestinos; Machado, Lizete Mercadante – Proposta – São Paulo, 1981 – Ilustração: Leonino Felício Raimundo Leão

Um comentário:

Cid Pimentel disse...

Lizete Mercadante, a famosa RED LIZ, poeta e vampira contumaz é bastante conhecida no niverso vitual, on line, nético ou galático.
Sua poesia, que postamos e na qual apostamos resume um "Rumor" de dureza, pontas, escudos, quebras, cortes e amostras várias das ferramentas comuns aos poetas já testados. Seu percurso é liso e sinuoso à vêzes, mas é recurso de poeta, Lizete alisa na subida para bater e cachoalhar as pedras que rolam na descida.
Da geração Rolling Stones, Beatles, Rita Lee e Raul Seixas, a Red é um artista que canta uma recusa ao óbvio, ao comum, ao conhecido.
Leia de novo, É novo. Releia, É novo.

Cid Pimentel