fevereiro 11, 2007

Sylvia Plath (1932-1963)

Para ler ao som de um rock


Canção de amor da garota louca

Fecho os olhos e o mundo inteiro tomba morto;
Abro as pálpebras e tudo de novo renasce.
(Acho que inventei você na minha mente.)

As estrelas saem valsando em azuis e vermelhos,
E a arbitrária escuridão chega a galope:
Fecho os olhos e o mundo inteiro tomba morto.

Sonhei que você me enfeitiçou até a cama
E cantou para mim em desvario, me beijou em total loucura.
(Acho que inventei você na minha mente.)

Deus desaba do céu, o fogo do inferno abranda:
Vão-se os serafins e os homens de Satã:
Fecho os olhos e o mundo inteiro tomba morto.

Imaginei que você voltaria como prometeu,
Mas envelheço e esqueço seu nome.
(Acho que inventei você na minha mente.)

Eu deveria ter amado um falcão, não a você;
Pelo menos retornam barulhentos quando vem a primavera.
Fecho os olhos e o mundo inteiro tomba morto.
(Acho que inventei você na minha mente.)



Mad girl’s love song

I shut my eyes and all the world drops dead;
I lift my lids and all is born again.
(I think I made you up inside my head.)

The stars go waltzing out in blue and red,
And arbitrary blackness gallops in:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I dreamed that you bewitched me into bed
And sung me moon-struck, kissed me quite insane.
(I think I made you up inside my head.)

God topples from the sky, hell's fires fade:
Exit seraphim and Satan's men:
I shut my eyes and all the world drops dead.

I fancied you'd return the way you said,
But I grow old and I forget your name.
(I think I made you up inside my head.)

I should have loved a thunderbird instead;
At least when spring comes they roar back again.
I shut my eyes and all the world drops dead.
(I think I made you up inside my head.)


in Diário de Navegação; Mercadante, Lizete – O Caixote, nº 6, Trívia – São Paulo, 2001

***

de Sylvia Plath
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