novembro 02, 2008

O cogumello da alegria



Desde os tempos de Esculapio, que muito se tem fallado em licores e manjares, os quaes proporcionam a quem os ingere a alegria, que os desgostos e as tristezas lhe arrebataram.

D'isto, alguma cousa se tem conseguido, porem por meios artificiaes e mediante processos chimicos, expostos a numerosos perigos e nem sempre de manifestos resultados no sentido que se deseja.

Em compensação, o Dr. Teiro acaba de descobrir um cogumello, que possue as extraordinarias qualidades que se apontam.

Vegeta de Outubro a Dezembro, na Siberia oriental e nos logares mais escuros. É escarlate, coberto de pintas brancas. Branca tambem é sua polpa e extremamente saborosa. Em botanica deu-se a este cogumello o nome de agaricus muscarius; em italiano chama-se-lhe ovo malfazejo e em francez fauce orange.

Os Drs. B. Grassi di Rovallasca e o citado Teiro affirmam que com 20 grammas d'esse alimento começaram a sentir que se lhes dissipava a melancolia, uma nova porção, duplicando a dóse, augmentava-lhes a felicidade e quando, pela quarta vez, tomaram cem grammas, apoderou-se d'elles um desejo irresistivel de cantar, rir, dansar, etc., considerando-se mais alegres do que nunca e com a felicidade que tinham visto perder juntamente com a juventude.

Tem, alem d'isso, esse cogumello a vantagem de não ser venenoso como tantas outras especies, sobretudo quando é inserido no organismo em dóses prudentes.

Esse cogumello parece conter em sua polpa um verdadeiro elixir de vida.


in Almanach Eu Sei Tudo; 12º ano; pag. 53 – Cia. Editora Americana – Rio de Janeiro, 1932

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse Dr.Teiro era danadinho, heim? E quem levou a fama foi a geração de 68.
Bromélia Maria