maio 04, 2007

Fadas


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Eram as duas moças das janelas,
que a todos encantavam e sorriam,
de toda a cidade eram as mais belas,
aos olhos darem o que já sabiam.

Uma refletia as manhãs entre elas,
as tardes sem a outra escureciam;
a cada dia a graça vinha delas
e às noites davam o que lhes luziam.

As janelas um dia se fecharam,
a cidade ficou triste e pequena
e as duas não puderam mais ser vistas.

Desde então as janelas se calaram,
mas guardam o lembrança, assim, serena,
dessas moças que não deixaram pistas.

in Os Pirineus e os Outros Eus; Peliano, José Carlos Pereira – Relume Dumará – Rio de Janeiro, 1996 – Foto de Roberto Castelo

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