maio 01, 2007

Receita



Os afetos teimados
Uma aflição trancada
Angústias de estimação
Sempre presentes
Uma observação fugaz
Amor que aumenta
E dói
Ou não
Tristezinhas
Pequenas alegrias
Semibreves de prazer
Uma lembrança pinçada
Uma ilusão dançante
(Águas de Inverno)
Um caldeirão de tempo
E uma morte companheira
Amiga mesmo
Das que nunca vão
Das que nunca vêm

in Os originais; Pimentel, Cid – Hucitec – São Paulo, 1986

Um comentário:

Anônimo disse...

Sinto-me solsticial nestes versos. Não se se frio e distante, ou tórrido e amante.
Passei pelo Bradenburgo quando ele ainda perfilava o muro. Para qual lado? Não sei.
Lembrei dos amores que nunca tive, que foram para lá, ou para cá.
E estou fitando a morte,
ali.