fevereiro 20, 2007

Os jesuitas e a destruição de alma indígena


...A rotina típica de um missionário consistia em cuidar da casa, participar das práticas religiosas, rezar durante uma hora pela manhã e guardar as noites para exercícios espirituais; o restante do tempo era para visitar e trabalhar os índios. Aparentemente, um jesuíta sentia-se feliz com essa vida. Antes de tornar-se um homem amargo e desencantado, Nóbrega escreveu a um velho mestre em Coimbra sobre "la mercé que nuestro Señor me hizo en embiarme a estas tierras del Brasil". Uma carta enviada a Inácio de Loyola por Luís da Grã, que sucedeu a Nóbrega no posto de superior da missão, deixa claro que o fundador da Companhia de Jesus exigia que todos os missionários praticassem os seus Exercícios Espirituais: "los hermanos están buenos y se han diligentemente en los exercícios que le son mandados"; Na verdade, como o método prescrevia, eles viviam entre os índios "com as portas dos sentidos fechadas, por medo das tentações diabólicas".
...Como é sabido, Inácio de Loyola destacava a obediência e a disciplina como sendo as principais virtudes dos soldados de Cristo, cujas vidas deviam ser guiadas pela mística do serviço.
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in O espelho índio; Gambini, Roberto – Espaço e Tempo – Rio de Janeiro, 1988

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