fevereiro 13, 2007

A que perdi


A que perdi está misturada, tão misturada comigo
Que às vezes sobe ao meu coração o seu coração morto
E sinto o seu sangue correr nas minhas veias.
A que perdi é tão presente no meu pensamento
Que sinto misturarem com as minhas lembranças de
. . . . . . . . . . . infância as lembranças de sua infância
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .desconhecida.
A que perdi é tão minha que as minhas lágrimas
vieram dos seus olhos
E as suas é que descem dos meus.
A que perdi está dentro do meu espírito como o
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . filho no corpo materno
Como o pensamento na palavra
Como a morte no fim dos caminhos do mundo.
.
in Canto da noite; Schmidt, Augusto Frederico – Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 1986

Um comentário:

Anônimo disse...

graça ter o poema onde achar.